Cap. 83
Cedro Vermelho ainda se recupera do nu frontal masculino ambulante a que sua tribo foi exposta e tenta retomar as instruções para seus guerreiros reunidos quando um novo alvoroço toma conta da aldeia.
— O que foi agora? – pergunta a uma jovem que corre pela aldeia.
— Chegaram mais dois brancos. – responde ela, sem sequer diminuir o passo.
O chefe avista Lucretia e o padre passando em seus cavalos.
— Por quê? - indaga, incrédulo e assustado, a um dos anciãos da aldeia ao seu lado. — Por que Cobra Traiçoeira fica trazendo gente branca para minha aldeia?
— Não foi ele. Parece que esses vieram com Urso Negro. – responde o ancião.
“E eu feliz por não ter tido filhas”, pensa Cedro Vermelho, caminhando até Urso Negro. “Minha mãe deve estar se divertindo com tudo isso”.
Mas Noite da Raposa estava ainda ocupada, tratando da ferida e da febre de Augustus. A curandeira aperta um pano molhado sobre a testa do homem desfalecido em sua tendam, mas se vê obrigada a deixá-lo quando escuta, vindo de fora da tenda: — Dois espíritos.
Ela sai e vê um grupo de mulheres agitadas, seguindo em direção ao centro da aldeia.
— Dois espíritos? – pergunta Noite à mais velha, que responde:
— Parece que sim. Urso Negro que trouxe para a aldeia.
Noite da Raposa aponta para uma jovem do grupo e determina:
— Nokomis, por favor, tem um homem branco deitado em minha tenda. Mantenha o pano na testa dele molhado com água fresca.
A jovem obedece e segue para a tenda, mas é interrompida por uma última instrução:
— Nokomis, fique longe da prateleira do canto. Não coma, não beba nem cheire nada que estiver lá, entendeu?
A moça concorda com a cabeça e entra na tenda.
Enquanto isso, Cedro Vermelho aborda o filho que achava melhor:
— Por que eles estão aqui? Por que estão vivos e estão aqui?
— Dois espíritos. – explica Sapo Gordo, um indígena aparentemente pouco mais velho do que o chefe, com vestes mais coloridas e uma pintura cerimonial cobrindo todo o rosto.
— É mesmo? – pergunta um incrédulo Cedro Vermelho.
— Vamos descobrir. - responde o nativo todo paramentado.